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Voltar 12/03/2018
Depois de oito meses de queda, o preço do leite pago ao produtor voltou a crescer em fevereiro. De acordo com pesquisas do Cepea, a “média Brasil” líquida – valores sem frete e impostos da BA, GO, MG, SP, PR, SC e RS – ficou em R$ 1,024/litro no mês, aumento de 3,8% ante janeiro. E a tendência é de que essa valorização dos preços continue nos próximos meses. “Depois de um 2017 ruim, podemos esperar uma situação mais firme para o mercado de lácteos este ano”, afirma a pesquisadora do Cepea Natália Grigol. “Mas essa valorização não vai acontecer da noite para o dia, não teremos aumentos de oito, dez centavos de uma vez. O cenário não é tão positivo assim”.
Segundo a pesquisadora, a expectativa é de preços mais interessantes para o produtor, principalmente entre abril e agosto, em decorrência do período de entressafra da produção e da recuperação do consumo. Nesse cenário, o setor deve ter um equilíbrio melhor entre oferta e demanda. “E essa foi a pedra no sapato da cadeia em 2017”.
Essa melhora – ainda discreta – da demanda foi o que permitiu a valorização atual das cotações. “A indústria impôs um aumento e, diferente do ano passado, ele foi absorvido pelo consumidor, possibilitando que esse movimento de alta continue”, explica a pesquisadora. O preço do leite UHT, por exemplo, subiu 15% em média entre a segunda quinzena de janeiro e o fim de fevereiro. “E isso se reflete no campo, ainda mais se somarmos com entressafra, porque esse é o produto lácteo mais consumido e dita a tendência do mercado”.
Consumo – De acordo com Natália, a recuperação econômica começa a se refletir nas prateleiras. “O consumidor está voltando a confiar na economia, a ter uma situação mais estável, então isso tem girado melhor os produtos nas gôndolas”. Ela reforça a importância de uma melhora de renda da população para que o consumo reaja, já que com poder de compra limitado, os lácteos são considerados supérfluos por muitas famílias. “Ainda é uma situação sensível. Eles precisam do aumento do poder de compra e, mais do que isso, de um ambiente econômico estável. E esse ano temos eleição, o que pode mexer um pouco com isso”. A insegurança política pode levar à instabilidade econômica e afetar o consumo.
Oferta – Com um patamar baixo de preços durante quase todo o ano de 2017, o produtor entrou em 2018 sem estímulos para aumentar a produção. E a valorização das cotações de milho e soja nesses primeiros meses não deve ajudar. Ela reforça a possibilidade de um baixo crescimento da produção com o fato de muitos produtores terem saído da atividade no ano passado por falta de rentabilidade e também pelo aumento no abate de vacas. “O crescimento do abate foi expressivo principalmente em bacias como Minas Gerais e Estados do Sul”, diz a pesquisadora. “Ainda é cedo para afirmar, mas acredito que a situação do ano passado vai refletir muito neste ano e a produção deve ter um crescimento controlado. Mês a mês, já vemos que a captação está menor e, em março, entrando na entressafra, vai enxugar mais ainda”.
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