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Voltar 10/04/2017
O economista sênior do Rabobank, Adolfo Fontes, disse que a indústria de carne australiana deve continuar focando em diferenciar seus produtos à medida que o Brasil expande seus mercados na Ásia.
O Brasil ultrapassou a Austrália como o maior exportador de carne bovina para a China em 2016, oferecendo uma proteína mais barata e tem forte interesse na Coréia do Sul e na reabertura do comércio com o Japão. A Indonésia também vem expressando interesse há alguns anos na abertura de um comércio de gado vivo com o Brasil, com protocolos de biossegurança atualmente sendo discutidos.
Fontes disse aos produtores na conferência da Associação dos Pecuaristas do Território do Norte, na Austrália, que o Brasil está com a intenção de aumentar sua presença no mercado internacional, com confiança renovada dado que agora tinha acesso aos Estados Unidos. Ele disse que atualmente não há grande concorrência com a Austrália, mas isso pode mudar nos próximos anos.
“Mesmo na China, o Brasil está apenas enviando carne bovina congelada que vai para as companhias de processamento. A Austrália está mais focada na carne refrigerada, indo para o foodservice com um produto premium. Podemos ver que o Brasil já está fazendo algumas melhorias em termos de genética, usando mais confinamentos, tentando aumentar a produtividade. Talvez no futuro, nos próximos 10 anos, o Brasil possa exportar carne premium em um bom volume e provavelmente será capaz de competir com a Austrália.”
Fontes disse que a demanda por carne bovina no mercado internacional aumentaria cerca de 10 milhões de toneladas em 10 anos, com espaço para diferenciação de produtos. “No futuro, considerando tudo o que está acontecendo no Brasil, provavelmente seremos capazes de ser um concorrente maior nos próximos 10 anos. Assim, os australianos devem pensar como se diferenciar no futuro para poder competir em um mundo diferente.”
Em março, foi revelado que alguns países suspenderam as importações de carne bovina do Brasil, devido a operação realizada nos frigoríficos pela polícia federal. Fontes disse que o país tem aproximadamente 4.800 frigoríficos, dos quais apenas 21 estavam sob a investigação. “O Brasil foi capaz de fornecer todas as informações, todos os detalhes sobre essas investigações, e depois de uma semana todos esses países reabriram seus mercados para o país. Claro que há um impacto no curto prazo, à medida que provavelmente em março o Brasil verá um declínio nas exportações de carne bovina. No futuro, acredito que as coisas voltarão ao normal, como sempre.”
Fonte: BeefPoint
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