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Voltar 02/03/2018
O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária subiu 13% em 2017 ante 2016, o melhor resultado da série histórica iniciada em 1996. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, dia 1º de março, no anuncio dos resultados das Contas Nacionais Trimestrais. A alta na agropecuária decorreu, principalmente, do desempenho da agricultura, com destaque para as lavouras do milho (55,2%) e da soja (19,4%), segundo o IBGE.
No quarto trimestre de 2017, o PIB da agropecuária ficou estável ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2016, o PIB da agropecuária mostrou alta de 6,1%.
Para Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a expressividade do resultado anual veio em decorrência do recorde na safra de grão que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), atingiu 238,7 milhões de toneladas em 2017/2018.
Na média geral, o PIB do país subiu 1% no acumulado do ano passado e somou R$ 6,560 trilhões. “A recuperação no PIB do Brasil puxa um movimento positivo para os empregos e retomada no consumo das famílias. Temos de lembrar que o mercado interno de carnes, por exemplo, tem grande relevância para o setor de proteína animal como um todo. A demanda vinda da população não avança só em volume, mas também na diversidade de produtos consumidos e, nesta esteira, somos influenciados, pois estamos na ponta da produção de alimentos”, concluiu o diretor-executivo.
2018 – A Abag espera uma elevação de 0,5% no PIB da Agropecuária em 2018, em relação ao ano passado. A projeção leva em consideração o bom desempenho esperado para a safra de grãos, cujas estimativas indicam apenas em leve recuo em relação ao ciclo de 2017/2018, que foi recorde, e de possíveis recuperações em outros setores, como carnes, citros e cana.
“Em nossa leitura, um aumento de 0,5% seria muito bom, pois as bases comparativas entre 2016 e 2017 e do ano passado para 2018 são distintas. Desta forma, a perspectiva é que o agro se comporte de maneira semelhante ao verificado em 2017”, informa Cornacchioni ao Broadcast Agro. “Temos estimativas boas para a cana-de-açúcar, vindas (do maior consumo) do etanol, e para o suco de laranja, por causa do faturamento com exportação”, acrescenta.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também espera resultados positivos para o PIB da agropecuária em 2018. Para a presidente da entidade, a deputada Tereza Cristina, a seca na Argentina deve sustentar as cotações, principalmente do milho, impulsionando o retorno do produtor brasileiro. “Acredito que o bom desempenho vai se repetir este ano. Ainda estamos no início da colheita, mas tudo indica que será tão boa quanto a do ano passado”.
Sobre a pecuária, especificamente, Tereza Cristina acredita que o setor ainda pode sofrer efeitos retardatários da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, em março de 2017. “No ano passado, houve um impacto muito forte no primeiro momento, mas logo em seguida uma ação coordenada. Agora, estamos sentindo alguns efeitos”, disse ela, com referência aos obstáculos mais recentes impostos por importadores como Rússia e União Europeia. “O ministro (da Agricultura, Blairo Maggi) e as entidades do setor estão trabalhando para reverter isso”, conclui.
Já o diretor-técnico da consultoria Informa IEG FNP, José Vicente Ferraz, acha que é cedo para traçar projeções para o desempenho do PIB da Agropecuária neste ano, pois as perspectivas “ainda dependem dos efeitos climáticos sobre a safra agrícola”. Segundo ele, é possível manter um resultado positivo, no entanto, a agropecuária tende a dar uma contribuição mais modesta para o acumulado geral do PIB.
O especialista da FNP afirmou que as atenções do mercado estarão voltadas para o plantio da safrinha (de inverno) que já está em andamento e cuja projeção atual para o clima é de normalidade.
Sobre o crescimento do PIB em 2017, Ferraz avalia que o resultado geral é um sinal positivo, mas precisa ter continuidade e se prolongar por 2018 e 2019 para voltarmos aos níveis anteriores à crise”.
O crescimento atual deve favorecer o consumo das famílias, com influência direta sobre o segmento de proteína animal, por exemplo. Nas análises da FNP, o setor de carnes tem espaço para crescer no mercado interno e no Exterior. “A perspectiva é otimista para as três proteínas principais (bovinos, aves e suínos)”.
Fonte: Estadão Conteúdo
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