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Voltar 15/03/2018
A distribuição de oferta é um dos tópicos mais importantes no planejamento anual de qualquer confinador. A atividade geralmente é mais forte no segundo giro, com animais sendo terminados entre os meses de setembro e novembro, acompanhando a produção de grãos.
No entanto, o combate à ociosidade dos confinamentos deve fazer com que os produtores distribuam melhor a sua oferta ao longo do ano, abrindo espaço para o crescimento do primeiro giro, que se caracteriza pela terminação dos animais entre abril e julho.
A previsão foi feita pelo analista Rodrigo Albuquerque, da NF2R Assessoria Agropecuária, que conduziu uma pesquisa com confinadores de nove Estados, que, juntos, devem abater 546.065 cabeças em 2018. Segundo ele, os resultados apontam que os produtores distribuirão 45% da sua oferta anual de gado no primeiro giro e 55% no segundo giro.
“Esse movimento ocorreu na agricultura com as safras de verão e inverno e mostra que o confinador sabe da importância de girar o seu rebanho o ano inteiro para evitar que as instalações fiquem muito tempo paradas”, destacou. “A ociosidade é a grande vilã da pecuária, ainda mais no confinamento. O ano tem 365 dias, então, não faz o menor sentido utilizar as instalações por pouco mais de 90”, destacou.
Além dos ganhos ao confinador, o analista também reforça que a melhor distribuição da terminação tende a trazer benefícios para toda a cadeia produtiva. Os frigoríficos se beneficiarão pela maior constância de oferta. A indústria de rações por ter suas vendas melhor distribuídas ao longo do ano. “O movimento chegará na ponta final da cadeia, já que os consumidores terão acesso à carne de animais terminados em confinamento, que geralmente é de melhor qualidade”, prevê.
Embora a perspectiva geral aponte para esse equilíbrio de distribuição, a realidade é totalmente distinta na análise individual por estados. Entre as praças pesquisadas, apenas em São Paulo e Tocantins o confinamento terá a mesma distribuição de oferta do resultado geral.
Em Goiás, maior Estado confinador do país, os produtores continuarão apostando suas fichas no segundo semestre. A pesquisa aponta que a distribuição de oferta na região será de 37% no primeiro giro e 63% no segundo.
A concentração é ainda maior em Rondônia. Apenas 28% do gado confinado no Estado será terminado entre os meses de abril e junho. Os demais 72% irão para a linha de abate entre setembro e novembro.
O movimento é invertido apenas em Mato Grosso, estado que detém o maior rebanho bovino do país e segunda maior praça de confinamento. A oferta será distribuída 62% e 38%, para o primeiro e segundo giro, respectivamente.
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