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Cristiane Narimatsu, gerente da fazenda periquitos conta a sua história com o agronegócio

Voltar 08/03/2017

memeNesta data especial, representando as mulheres que dedicam seu trabalho ao agronegócio entrevistamos, Cristiane Narimatsu, gerente da fazenda Periquitos, propriedade localizada na região de Três Lagoas (MS). No total ela já soma 17 anos de dedicação à fazenda. Nos primeiros quatro anos ela trabalhou como prestadora de serviço e nos 13 anos seguintes passou a morar na fazenda e participar ativamente da administração.

Sempre foi gerente de fazenda?

Na verdade eu sou engenheira química e fiz mestrado e doutorado na área. Desde 2016 também sou engenheira de segurança do trabalho.

Assim basicamente até começar a trabalhar na fazenda Periquitos só estudei e trabalhei com pesquisas ligadas à engenharia química. Aqui foi meu primeiro emprego e inicialmente prestava serviço como responsável técnica num projeto que a Fazenda tinha de produção de água de coco e sucos de frutas, na cidade de Três Lagoas e em São Paulo. Em 2004 mudei para fazenda e então passei a ajudar também na administração da fazenda. Dentro da engenheira química, por causa da pós-graduação posso participar de atividades acadêmicas.

Como foi a sua aproximação com o agronegócio?

Minha aproximação com o agronegócio foi exclusivamente trabalhando na Periquitos. Até mudar para cá, em 2004 eu nem sabia a diferença entre um boi e uma vaca, e muito menos sobre as atividades e manejos que envolvem a atividade pecuária e a agricultura, com a produção de soja, já que desde 2013/2014 também desenvolvemos um projeto com produção de grãos.

Como é a relação com os funcionários?

Acho que temos um bom relacionamento. Claro que quando você “mora no trabalho” lidar com a relação afeto pessoal x profissional não é tão fácil. Procuro ter uma gestão direta, compartilhando com eles nossos objetivos, metas, os resultados que devemos obter, além das dificuldades. Fazemos reuniões, inclusive com a participação do nosso patrão. Eu sempre acho que não se pode cobrar aquilo que não se sabe.

Por estar no dia a dia com eles, claro que também acabamos participando na solução de alguns problemas particulares deles. Eles me respeitam. Hoje não tenho receios de chegar e conversar diretamente com eles. Lembro que a primeira vez que tive que dispensar um funcionário, falei, falei, falei, tentando explicar os motivos para ele e no outro dia ele me procurou e disse: “Dona Cristiane, é para eu ir até a cidade?”.

Às vezes meu patrão faz algumas pesquisas de clima, e uma vez pedi um “feedback” e ele me disse: “Eles falaram que não tem problema em serem mandados por você”. Alguns dizem que já sabem como estou só no “bom dia”. Corre a lenda que às vezes sou brava, mas acho que homem gosta de dizer que mulher é brava. (risos).

Quando começou a gerenciar a equipe houve alguma rejeição por ser uma mulher?

Rejeição propriamente não. Sou bem determinada. Não me intimido tão facilmente. As mulheres de alguns funcionários, lembro na época, não aceitaram muito bem. Mas isso passou rápido, até porque “não basta ser, é preciso parecer”. Claro que trabalhar basicamente com homens requer uma boa conduta. Da parte deles, acho que no fundo eles achavam que eu não duraria muito tempo. Acho que nem eu. Vim para ficar três meses, e já se vão 13 anos. Para começar do zero como eu, foi preciso de um pouco de paciência e da ajuda dos patrões e de outros gestores da empresa, de observação, escutar mais para não tomar decisões precipitadas e a aprendizagem com a participação em cursos e eventos técnicos.

O que te traz mais satisfação na sua rotina de trabalho no campo?

Antigamente me perguntavam se eu gostava da vida na fazenda e eu ficava na dúvida entre o sim ou o não. Até que um dia, eu pensei: “Não é o salário que me motiva estar aqui, logo, claro que gosto”. Tenho um perfil controlador, detalhista, não sei se é o certo, mas a satisfação vem dos resultados que temos obtido, de tentar fazer um bom trabalho, de alcançar metas, de conseguir dar uma boa qualidade de vida aos que realmente são comprometidos com a Empresa, da satisfação do proprietário com a fazenda, enfim, em perpetuar e melhorar sempre.

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Um Comentário

  1. Mário dos Santos disse:

    Cristiane bom dia o meu nome é Mário moro em Sao Paulo, e acompanho os videos di
    os trabalhos feitos por voces ai na Fazenda Piriquitos, e s
    acho muito bonito.A minha esposa é de Andradina e todo ano vamos passear aí. Inclusive morou na Vila dos Operadores como voce , o pai dela era da Cesp.Gostaria de saber se tem a possibilisade de qdo irmo s até ai, possamos visita la na fazenda para conhece la ?


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