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Tratamento de Displasia Coxofemoral com Uso de Medicamento Homeopatico – Revista instituto Lamasson 2012

Voltar 08/11/2018

1Fabiane Branco,

2Patrícia M. de Rezende,

3R.H. Hoshino,

4Dr. Claudio Martins Real.

1 Médica veterinária, supervisora comercial Real H.

Departamento Técnico, Real H Matriz Fabrica, Campo Grande-MS. BR 163, Km 11,5, Anel Rodoviário s/n. Cep79043-000 [email protected].

2 Médica Veterinária, assessora técnica Real H.

3 Médico Veterinário, Clínica Cia Animal.

4 Prof. emérito da UFRGS e UFMS.

Resumo

Os quadros de Displasia coxofemoral são cada vez mais comuns nos animais de companhia, acometem principalmente raças de grande porte como os Rotiwaillers, Pastores alemão, Labradores, etc., mas já existem relatos nos cães de pequeno porte como os lhasa Apso e em gatos de grande porte como os da raça Main Coon que tem predisposição a desenvolver essa doença. Os animais acometidos apresentam dor e dificuldade ou incapacidade total de locomoção. A ocorrência é maior em animais jovens e tem caráter hereditário. As opções de tratamento incluem cirurgias, tratamentos regeneradores articulares e o uso de analgésicos, todos com o objetivo de minorar a dor do animal. Há também a opção de tratamento com o uso de medicamentos homeopáticos. Este trabalho apresenta a eficácia dos medicamentos homeopáticos, em dois casos clínicos de displasia coxofemoral tratados com complexo homeopático 2Displasia®.

Palavras Chave: Homeopatia, Displasia, Coxofemoral, Hereditário.

Introdução

A Displasia Coxofemoral é um quadro clinico decorrente de um transtorno no desenvolvimento da articulação coxofemoral e tem caráter hereditário (Lorenz 1992). Foi descrita pela primeira vez em cães por Schnelle em 1930 em Smith 1997. A articulação coxofemoral normal apresenta uma conformidade adequada entre a cabeça do fêmur e a fossa acetabular conforme o tamanho do animal. Nos animais pré-dispostos à doença, ocorre a falta dessa conformidade entre a cabeça femoral e acetábulo, não permitindo que ocorra um encaixe adequado entre a bacia e o fêmur o que leva à Displasia (Baker 1997). Ocorre com maior frequencia nos jovens. Nos idosos ela geralemnte é acompanhada de doença articular degenerativa. (Newton 1985)

Pode ocorrer em cães de todas as raças, principalmente nas de grande porte e em animais de crescimento rápido, sendo com menor frequencia registrada em gatos. (Sommer e Fratocchi 1998). Nesta espécie as fêmeas de raças puras são as mais susceptíveis como os Main Coon, embora a Displasia Coxofemoral já tenha sido relatada em ninhadas de gatos domésticos sem raça definida. (Scott e McLaughlin 2007).

Os principais sinais clínicos são: claudicação, relutância ao exercício, atrofia muscular dos membros posteriores com dor e fraqueza ao levantar. Em casos mais graves pode apresentar incapacidade de subir escadas. Um ruido pode ser ouvido quando o animal caminha e alguns andam com a região toracolombar arqueada (Newton 1985, Ford e Mazaferro 2007, Scott e McLaughlin 2007). No exame clinico é possivel perceber dor à palpação e à pressão no quadril, que pode causar desconforto, devendo-se também observar o caminhar do animal (Newton 1985). O exame radiológico confirma o diagnóstico. Nas radiografias em casos de Displasia se constata arrasamento do acetábulo, achatamento da cabeça do fêmur, subluxação e/ou luxação coxofemoral. (Lust 1997). Podem ocorrer alterações articulares secundárias de osteoartrite, que são o resultado da instabilidade articular, ou de incongruência e/ou de ambos. (Ettinger 1975, Baker 1997).

Apesar da existência de várias alternativas de tratamento, não há ainda uma ______________________________________________________________________

1Trabalho apresentado como poster em apresentação oral no 5° Congresso de Homeopatia Veterinária realizado pela AMVHB em agosto de 2011 em Belo Horizonte – MG

2HomeoPet Displasia®: Medicamento homeopático fabricado pelo Laboratório Homeopático Veterinário Real & Cia Ltda. Cadastrado no MAPA nº 066-2009/MS

conduta considerada ideal. O tratamento adequado para cada caso vai depender dos achados clinicos e radiográficos. Deve-se avaliar os parâmetros de dor e a gravidade da disfunção locomotora, grau de subluxação ou luxação, alterações ósseas do fêmur e do acetábulo. O porte do cão e seu nível de atividade, também precisam ser levados em consideração na escolha do tratamento. (Lorenz 1992). Em cães com alterações ósseas minimas e subluxações leves, mas que apresentam manifestações de dor deve-se tentar reduzir o peso, restringir os exercícios e fazer uso de anlgésicos e antiinflamatórios para reduzir o sofrimento do animal. O sulfato de condroitina é recomendado em alguns casos, com o objetivo de procurar restaurar e proteger a cartilagem articular (McLaughlin e Tomlinson 1996). O animal será reavaliado a cada 2-3 semanas para verificar a resposta. (lorenz 1992). Animais que continuarem com os sinais clinicos após essa terapia ou que apresentarem dor intensa e incapacidade de locomoção podem ser submetidos ao procedimento cirurgico da Artroplasia para retirada da cabeça do fêmur. (Newton 1985. Lorenz 1992). Outro tratamento cirurgico é o da Miotomia do Pectineo que consiste na liberação deste músculo, que tem como objetivo a redução da dor. (Newton 1985).

O tratamento com o uso de Homeopatia tem apresentado bons resultados em pacientes com Displasia Coxofemoral. Esta terapêutica criada pelo médico alemão Samuel Hahnemann (1775-1843) no final do século XVIII pode ser sintetizada com as próprias palavras de seu fundador: A Homeopatia é a terapêutica que consiste em dar ao doente – em pequenas doses – a substância que experimentada no homem são, reproduz os sintomas observados, obedecendo à lei dos semelhantes “Similia smilibus curantur”, lei natural de cura já registrada nos “Aforismas” de Hipócrates 400 a.C.. (Real, 2008)

No caso da Displasia o uso de Homeopatia visa promover modificações estruturais locais, fazendo com que o animal volte a andar normalmente e sem dor. O uso de Homeopatia não gera o risco de intoxicações ou efeitos colaterais, isso ocorre pelo fato de serem medicamentos diluídos e dinamizados. (Real 2008).

Materiais e Métodos

Foram tratados dois cães com diagnóstico de Displasia Coxofemoral com o seguinte complexo homeopático Displasia®

Caso I – Canino, dois anos, macho, raça Lhasa Apso. Claudicava dos membros pélvicos desde jovem. Com cerca de um ano e meio, começou a claudicar também do membro anterior direito. A radiografia (figura 1) revelou Displasia Coxofemoral bilateral grave e Displasia de cotovelo direito. Foi iniciado tratamento com antiinflamatórios e sulfato de condroitina, o animal apresentava melhoras durante o uso do antiinflamatório, mas quando este era suspenso ele voltava a claudicar. Em 21/08/2010 foram suspensos as medicações alopáticas e teve inicio o tratamento com o 1Homeopet Displasia® 2 borrifadas 3 vezes ao dia. A melhora foi progressiva e com apenas dez dias de uso era possível se observar diminuição da claudição. Após 30 dias deste tratamento o animal não apresentava mais sinais de dor e conseguia inclusive subir degraus.

Caso II – Canino, Macho, oito anos, raça Chow Chow. O animal foi atendido em 15/02/2011 apresentando claudição de membro posterior esquerdo, sem histórico de trauma. Durante o exame clinico manifestou sinais de dor no exame local da articulação coxofemoral esquerda. A radiografia (figura 2) revelou subluxação de articulação coxo-femoral esquerda. Neste mesmo dia teve inicio tratamento com o _____________________________________________________________________

1HomeoPet Displasia®: Medicamento homeopático fabricado pelo Laboratório Homeopático Veterinário Real & Cia Ltda. Cadastrado no MAPA nº 066-2009/MS

complexo Homeopet Displasia®, de acordo com o porte do animal foram administradas 3 borrifadas 3 vezes ao dia. Aos dez dias de tratamento o animal já apresentava diminuição da dor e da claudicação. Em 20/03/2011 (33 dias de tratamento) animal foi reavaliado, constatou-se estar completamente recuperado e caminhando normalmente. Sendo suspenso o tratamento.

Resultado e Discussão

Analisando os resultados obtidos nestes dois casos de Displasia Coxofemoral, verifica-se que o tratamento convencional utilizado no caso I realizado antes do uso da Homeopatia se revelou ineficaz apresentando resultados transitórios uma vez que quando interrompido ocorria o retorno de toda a sintomatologia. Ao contrario o tratamento homeopático se mostrou eficaz, pois com dez dias de utilização os sintomas já haviam desaparecido (cura clínica) situação que voltou a se confirmar trinta dias após.

Por razões econômicas e por julgarem desnecessário o gasto ambos os proprietários se recusaram a fazer um novo exame radiológico.

Em observação de outros casos de uso e cura do Homeopet Displasia® verificou-se que em termos radiológicos não ocorrem modificações visíveis nas radiografias após o tratamento. Este fato caracteriza o que era esperado devido ao curto espaço de tempo de duração do tratamento para a cura clinica (30 dias), tempo insuficiente ocorrerem alterações radiológicas nos ossos uma vez que uma radiografia comum não registra alterações em tecidos moles: ligamentos, cápsula articular, etc. onde de acordo com a opinião dos autores ocorrem as modificações responsáveis pela ausência de dor e o restabelecimento na normalidade da deambulação do animal, que é o que realmente interessa para o proprietário, para o veterinário e para o próprio animal.

Conclusão

  1. – A evolução favorável e cura clínica dos dois casos de Displasia Coxofemoral com o complexo homeopático Homeo Pet Displasia® com a volta a normalidade dos animais, permite-nos afirmar que a Homeopatia é um tratamento eficaz e definitivo para esta doença.
  2. – O tratamento com complexo homeopático Homeo Pet Displasia® dispensa a utilização de qualquer outra modificação ou procedimento cruento que além de oneroso nem sempre leva a cura clinica do animal com esta doneça.

Referências:

HAHNEMANN S. 1975-1834. Exposição da doutrina homeopática, ou, Organon da Arte de Curar.

ETTINGER S.J. Texbook of Veterinary Internal Medicine, 2 ed. 1975,

NEWTON, C.D.; NUNAMEKER, D.M. Textbook of Small Animal Ortopedia, cap. 83. JB Lippincott Company, 1985.

LORENZ M.D., CORNELIUS L.M., FERGUSON D.C. Small Animal Medical Terapeutics 1992, pag 355,

MCLAUGHLIN R.E.; TOMLINSON T. Part 1- Symposium on CHD: Diagnosis and Medical Management. Vet. Med. ,Jan, 1996, p.25-53,

SMITH G.K., Advances in diagnosing canine hip dysplasia. Scientific Reports. Vol 210, 1997, pag. 1451-1457,

BAKER J.A. An overview of the pathogenesis of canine hip dysplasia. J Am Vet Med Assoc. vol. 210, 1997, pag. 1417-8,

LUST G., An overview of the pathogenesis of canine hip dysplasia. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.210, 1997, pag.1443-1445,

SOMMER E.L.; FRATOCCHI C.L.G. Displasia Coxofemoral Canina Canine Hip Dysplasia Fonte: Revista de Educação Continuada do CRMV-SP. São Paulo, fascículo 1, volume 1, 1998, pag.031-035,

FORD R.B.; MAZAFERRO E.M. Manual Veterinário e Tratamento Emergencial, 2007, pag. 337,

SCOTT H.W.; MCLAUGHLIN R. Feline Orthopedics, 2007, pag 191,

REAL C.M. Homeopatia Populacional – Fundamentos Ruptura de um Paradigma. A Hora Veterinária – Ano 28, nº 164. 2008

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Figura 2

 

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