Branco F., Rezende P.M., Hoshino R.H., Dr. Real C.M. Tratamento de Displasia Coxofemoral Com Uso de Medicamento Homeopático. Departamento Técnico, Real H Matriz Fabrica, Campo Grande-MS. BR 163, Km 11,5, Anel Rodoviário s/n. Cep79043-000 [email protected].
Introdução:
A Displasia Coxofemoral é um quadro clinico decorrente de um transtorno no desenvolvimento da articulação coxofemoral, que tem caráter hereditário (Lorenz 1992). Foi descrita pela primeira vez em cães por Schnelle em 1930 (Smith 1997). A articulação coxofemoral normal apresenta uma conformidade estreita entre a cabeça do fêmur e a fossa acetabular, nos animais pré-dispostos à doença, ocorre a falta de conformidade entre a cabeça femoral e acetábulo, não permitindo que ocorra um encaixe adequado entre a bacia e o fêmur o que leva à Displasia (Baker 1997). Ocorre com maior frequencia em animais jovens, nos idosos geralemnte é acompanhada de doença articular degenerativa. (Newton 1985) Pode ocorrer em cães de todas as raças, mas principalmente nas de grande porte e em animais de rápido crescimento, sendo com menor frequencia registrada em gatos. (Sommer e Fratocchi 1998). Nesta espécie as fêmeas de raças puras como os Main Coon são mais susceptíveis, embora a Displasia Coxofemoral já tenha sido relatada em ninhadas de gatos domésticos de pêlo duro. (Scott e McLaughlin 2007).Os principais sinais clínicos são claudicação, relutância a exercícios, atrofia muscular dos membros pélvicos, dor ao levantar e fraqueza dos membros posteriores. Em casos mais graves pode apresentar incapacidade de subir escadas. Um ruido pode ser ouvido quando o animal caminha e alguns andam com as costas arqueadas (Newton 1985, Ford e Mazaferro 2007, Scott e McLaughlin 2007). No exame clinico é possivel perceber dor, durante a palpação do quadril, assim como a pressão no quadril, pode causar desconforto, devendo-se observar também o caminhar do animal (Newton 1985). O exame radiológico irá confirmar o diagnóstico. As radiografias em casos de Displasia se caracterizam pelo arrasamento do acetábulo, achatamento da cabeça do fêmur, subluxação ou luxação coxofemoral. (Lust 1997). Podem ocorrer alterações articulares secundárias de osteoartrite, que é o resultado da instabilidade articular, ou da incongruência ou de ambos. (Ettinger 1975, Baker 1997). Apesar da existência de várias alternativas de tratamento, não há ainda uma conduta considerada ideal. O tratamento adequado para cada caso vai depender dos achados clinicos e radiográficos. Deve-se avaliar os parâmetros de dor e a gravidade da disfunção locomotora, grau de subluxação ou luxação, alterações ósseas do fêmur e acetábulo. O porte do cão e seu nível de atividade, também precisam ser levados em consideração na escolha do tratamento. (Lorenz 1992). Em cães com alterações ósseas minimas e subluxações leves, mas que estão mostrando sinais de dor deve-se tentar reduzir o peso, restringir os exercícios e fazer uso de anlgésicos e antiinflamatórios para controle da dor. O sulfato de condroitina é recomendado em alguns casos, com o objetivo de procurar restaurar e proteger a cartilagem articular (McLaughlin e Tomlinson 1996). O animal será reavaliado a cada 2-3 semanas para verificar a resposta. (lorenz 1992). Animais que continuarem com os sinais clinicos após essa terapia ou que apresentarem dor intensa e incapacidade de locomoção podem ser submetidos ao procedimento cirurgico de Artroplasia para retirada da cabeça do fêmur. (Newton 1985. Lorenz 1992). Outra opção de tratamento cirurgico é a Miotomia do Pectineo que consiste na liberação deste músculo, que tem como objetivo a redução da dor. (Newton 1985). Os medicamentos homeopáticos tem apresentado bons resultados em pacientes com Displasia Coxofemoral. Essa terapeutica desenvolvida pelo médico alemão Samuel Hahnemann 1975-1834 no século XVIII e se baseia na Lei dos Semelhantes “Similia smilibus curantur”, lei natural de cura já registrada nos “Aforismas” escritos por Hipócrates 400 a.C.. No caso da Displasia o uso de
Homeopatia visa promover modificações estruturais locais, fazendo com que o animal volte a andar normalmente e sem dor. O uso de Homeopatia não gera o risco de intoxicações ou efeitos colaterais, isso ocorre pelo fato de serem medicamentos diluídos e dinamizados. (Real 2008).
Materiais e Métodos:
Caso I – Canino, dois anos, macho, raça Lhasa Apso. Claudicava dos membros pélvicos desde jovem, com cerca de um ano e meio, começou a claudicar também do membro anterior direito. A radiografia revelou Displasia Coxofemoral bilateral grave e Displasia de cotovelo direito. Foi iniciado tratamento com antiinflamatórios e sulfato de condroitina, o animal apresentava melhoras durante o uso do antiinflamatório, mas quando este era suspenso ele voltou a claudicar. Em 21/08/2010, foi suspensos as medicações alopáticas e teve inicio o tratamento com o 1Homeopet Displasia®(Hekla lava 10®-400, Symphytum officinale 1040, Calcium fluoricum 10-60 , Hekla lava 10-40) 2 borrifadas 3 vezes ao dia. A melhora foi progressiva e com apenas dez dias de uso era possível se observar diminuição da claudição. Em um mês (21/09/2010) de tratamento o animal havia melhorado completamente, não apresentando mais sinais de dor e conseguia subir degraus. Caso II: Canino, Macho, oito anos, raça Chow Chow. Animal foi atendido em 15/02/2011 apresentando claudição de membro posterior esquerdo, sem historio de trauma. Durante o exame clinico animal manifestou sinais de dor no membro posterior esquerdo. A radiografia revelou subluxação de articulação coxo-femoral esquerda. Neste mesmo dia teve Inicio tratamento com o complexo Homeopet Displasia®, 3 borrifadas 3 vezes ao dia. No décimo dia de tratamento já se observar diminuição da dor e a conseqüente diminuição da claudicação. Em 20/03/2011 animal foi reavaliado, constatou-se que ele se mantinha estável e caminhando normalmente.
Resultados e Discussões:
O uso do complexo homeopático foi eficaz em ambos os casos. As melhoras foram evidentes já aos dez dias de tratamento, ocorrendo diminuição da dor e da claudicação. Com um mês os animais já se apresentaram caminhando normalmente. No caso I o animal quando submetido ao tratamento convencional, apresentou efeito no controle da dor apenas enquanto era usado. Só melhorou definitivamente com o uso da Homeopatia. No caso II foi usado apenas o Homeopet Displasia® que resolveu o problema.
Referências:
Hahnemann S. 1975-1834. Exposição da doutrina homeopática, ou, Organon da Arte de Curar.
Ettinger S.J. 1975. Texbook of Veterinary Internal Medicine, 2 ed.,
Newton, C.D. e Nunameker, D.M. 1985. Textbook of Small Animal Ortopedia, cap. 83.
JB Lippincott Company, Lorenz M.D., Cornelius L.M., Ferguson D.C. 1992, Small Animal Medical Terapeutics pag 355
McLaughlin R.E., Tomlinson T. 1996 Part 1- Symposium on CHD: Diagnosis and Medical Management. Vet. Med. ,Jan, p.25-53,
Smith G.K. 1997, Advances in diagnosing canine hip dysplasia. Scientific Reports. Vol 210 P. 1451-1457,
Baker J.A. 1997. An overview of the pathogenesis of canine hip dysplasia. J Am Vet Med Assoc. vol. 210, pag. 1417-8, Lust G. 1997, An overview of the pathogenesis of canine hip dysplasia. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.210, p.1443-1445,
Sommer E.L., Fratocchi C.L.G. 1998, Displasia Coxofemoral Canina Canine Hip Dysplasia Fonte: Revista de Educação Continuada do CRMV-SP. São Paulo, fascículo 1, volume 1, p.031-035,
Ford R.B. e Mazaferro E.M. 2007 Manual Veterinário e Tratamento Emergencial, pag. 337,
Scott H.W. e McLaughlin R. 2007, Feline Orthopedics, pag 191, Real C.M. 2008. Homeopatia Populacional – Fundamentos Ruptura de um Paradigma. A Hora Veterinária – Ano 28, nº 164.
TERMOS DE INDEXAÇÃO: Homeopet, Displasia Coxofemoral, Homeopatia. 1HomeoPet Displasia®: Medicamento homeopático fabricado pelo Laboratório Homeopático Veterinário Real & Cia Ltda. Cadastrado no MAPA nº 066-2009/MS
Radiografia que confirma diagnóstico de Displasia Coxofemoral caso I.
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