Agnese A.P., Rezende P.M., Real C.M. 2011. Departamento Técnico, Real H Matriz Fabrica, Campo Grande-MS. Rodovia BR 163, Km 11,5 Anel Rodoviário s/n. Cep79043-000 [email protected]
Introdução:
A pele é o envoltório do corpo e exerce inúmeras funções que promovem um melhor funcionamento do organismo, estas funções incluem a de barreira seletiva, contra; traumatismos, agentes químicos, radiação e é uma barreira a entrada de agentes etiológicos. Participa também na termorregulação corporal regulando as perdas por evaporação ao mesmo tempo em que representa uma reserva de eletrólitos, água, lipídeos, carboidratos e proteínas, exercendo papel na excreção de inúmeras substâncias. (Hedlund 2002). Ela segundo Slatter (1998) representa 24% do peso corporal de filhotes e 12 % do cão adulto. Qualquer ruptura na continuidade da pele é denominada de feridas ou ferimentos, que podem ser classificadas em: acidentais ou propositais. Os primeiros são causados por agentes físicos do meio exterior de forma acidental e as propositais são as de cunho cirúrgico independente de sua profundidade e extensão. (Remy 1994). As feridas podem ser ainda classificadas quanto ao tempo de duração e grau de contaminação e dependendo destes fatores, a cicatrização será lenta ou rápida. A cicatrização de feridas é um conjunto de ações realizadas pelo organismo em cascata, incluindo eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a repavimentação e reconstituição dos tecidos lesados (Mandelbaum et al. 2003). Trata-se de um processo complexo, dividido em diversas fases: inflamatória, com pico nas primeiras horas após a lesão, seguida pelo aparecimento de granulação e por epitelização (Politis e Dmytrowich 1998). A cicatrização pode ocorrer de três formas, que dependem de vários fatores, é dita por primeira intenção quando há a aproximação dos bordos da ferida através de sutura. Em grande extensão da lesão e perda de tecido, a cicatrização será classificada como por segunda intenção e quando é uma ferida infectada e a infecção é debelada e em seguida ocorre à sutura, a cicatrização é classificada de terceira intenção (Madden e Aren 1991). Além dos tipos de cicatrização, fatores gerais podem interferir no processo e tempo de cicatrização, tais como: idade, estado de nutrição, diabetes, alterações cardiocirculatórias, de coagulação, arteriosclerose, disfunção renal e quadros infecciosos e/ou uso de drogas sistêmicas (Mandelabaum et al. 2003). O uso local de antibióticos, corticóides e antifúngicos interferem atrasando a cicatrização quando comparadas a feridas não tratadas (Fazio 2000). Devido à extrema importância que o extrato epidérmico possui na constituição e manutenção do organismo do homem e animais, e a alta incidência, em medicina veterinária, de acidentes com perfurações e lacerações de pele e alto índice de contaminação devido ao habitat e ao estilo de vida dos animais é importante a busca por tratamentos alternativos o que vêm sendo intensificado nos últimos anos. A Homeopatia tem sido apresentada como mais uma terapêutica para o tratamento de diversas patologias procurando evitar efeitos colaterais e intoxicações comuns no uso intensivo de medicamentos alopáticos. Criada no final do século XVIII pelo médico alemão Samuel Hahnemann 1975-1834, a Homeopatia se baseia na Lei dos Semelhantes, “Similia similibus curantur” lei natural de cura já registrada nos “Aforismas” escritos por Hipócrates 400 a.C.. A aplicação da Lei dos Semelhantes consiste em tratar as
doenças administrando medicamentos que no homem sadio causam os mesmos sintomas que os apresentados pelo paciente a ser tratado. Com receio das intoxicações medicamentosas comuns na sua época, Hahnemann procedeu à diluição dos medicamentos e entre uma diluição e a subseqüente o frasco era submetido a uma série de sucções, a este procedimento Hahnemann denominou dinamização. A Homeopatia atua estimulando as defesas naturais do organismo objetivando restabelecer o equilíbrio orgânico e a cura (Vannier 1940).
Materiais e Métodos:
Canino, Macho, 1 ano, SRD. Foi levado a Clínica Veterinária República dos Bichos em Olinda-PE (22 411) após ter sido atropelado. Apresentava escoriações em membros anterior e posterior esquerdos e fratura completa do fêmur esquerdo (Raio X). O animal passou por cirurgia devido à fratura e nas lesões dos membros era feita a limpeza diária com solução de clorexidina a 0,5%. Após 17 dias percebeu-se que as lesões não evoluíam para a cicatrização, passou-se ao uso de uma pomada cicatrizante e repelente “Pulgoff”. Após 12 dias (26 511) não se observando resultado, esse tratamento foi totalmente interrompido para dar inicio ao uso da pomada 1Homeopet CMR® (Bellis perenis 10-14, Calendula officinalis 10-14, Myristica sebifera 10-14). Com 2 dias (28 511) de uso do produto homeopático era possível observar intensa granulação e retração do tamanho das lesões. Aos 16 dias (10 611) de uso da do complexo Homeopet CMR® os ferimentos estavam completamente cicatrizados.
Resultados e Discussões:
Foram utilizados dois protocolos alopáticos diferentes que duraram 29 dias sem o menor resultado antes do uso da pomada Homeopet CMR®. A evolução para a cicatrização só ocorreu após inicio do produto homeopático. Em 16 dias todas as lesões estavam completamente cicatrizadas com o Homeopet CMR®.
Referêcias:
Hahnemann S. 1975-1834 Exposição da doutrina homeopática, ou, Organon da Arte de Curar.
Vannier L. 1940. La Douctrine Homeopathique. Ed Vigot Fréres, Paris p. 392.
Arem A.A., Madden J. 1991. Cicatrização das feridas. Aspectos biológicos e clínicos. In: Dabiston D. Tratado de cirurgia. 14 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Cap. 14, p. 156-158.
Remy D. 1994. Classification et traitement des plaies. Chirrurgie dês tissus mous. Encyclopédie Vétérinaire, Paris, p. 1-6.
Slatter D. 1998. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 2. Ed. São Paulo; Manole, P. 323-4.
Dmytrowich A., Polistis M.J. 1998. Promotion of second intention wond healing by meu oil lotion: comparative results with furasin, polysporin, and cortisone. Plastic and reconstructive surgery, v.102, n 7, p. 2404-2407.
Fazio M.J., Goslen J.B., Zitelli J.A.. Cicatrização de feridas. In: Coleman III W. P.; Hanke C.W., Alt T.H., Asken S. 2000. Cirurgia cosmética: princípios e técnicas. 2. Ed. Rio de Janeiro: Revinter, p. 18-23, 28-38.
Hedlund C.S. Cirurgia do sistema tegumentar. In: Fossum T.W. 2002. Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo: Roca, Cap. 13, p. 101162.
Di Santis E.P., Mandelbaum M.H.S., Mandelbaum S.H. 2003. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares-Parte I. Anais Brasileiro de Dermatologia, Rio de Janeiro, v 78, n 4, p. 393-410, jul.ago.
Lopes D.F. 2009. A Homeopatia Através dos Séculos. Cães e Gatos, Ed. 126, p.42-44. Termos de Indexação: Cicatrização, CMR, Lesão, Homeopet
1 HomeoPet CMR®: Medicamento homeopático fabricado pelo Laboratório Homeopático Veterinário Real & Cia Ltda. Cadastrado no MAPA nº 064-2009/MS
Foto da lesão do membro anterior esquerdo em 26/05/2011
Foto da lesão em membro posterior esquerdo em 26/05/2011.
Foto da lesão em membro posterior esquerdo em 28/05/2011.
Foto da lesão do membro anterior esquerdo em 28/05/2011.
5 Foto da lesão do membro posterior esquerdo em 10/06/2011.
Foto da lesão em membro anterior esquerdo em 10/06/2011.
Foto da lesão em membro posterior esquerdo em 10/06/2011.
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